Transporte pirata cria táticas e burla fiscalização no DF

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Brasília, terça-feira, 2 de fevereiro de 2010 - 17:23

DENÚNCIA

Transporte pirata cria táticas e burla fiscalização no DF


Fonte: Jornal Alô Brasília

Na Rodoviária do Plano Piloto, transporte clandestino não se intimida com o DFtrans. Passageiros justificam que usam por causa da demora dos coletivos

As fiscalizações do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFtrans) estão mais rigorosas. Desde o início do ano, mais de 30 carros particulares foram apreendidos por transportar passageiros irregularmente.

Nesta última semana de janeiro, mais de sete carros foram retidos. As blitz acontecem nas avenidas W3 Sul e Norte em Brasília e no Recanto das Emas. Mas os piratas não são intimidados pela fiscalização.

Na Rodoviária do Plano Piloto, por exemplo, os motoristas irregulares possuem pontos fixos, horários e até esquemas de rotas.

A vendedora Luciana da Silva, 26 anos, afirma que usa sempre o transporte pirata. “Eu uso praticamente todos os dias. O problema é que o ônibus demora, quebra ou não vem”.

A falta de ônibus é a justificativa que Miguel M. C. e Silva, 21 anos, usa para praticar a irregularidade. “Vejo muita gente reclamar do transporte público de Brasília. Faltam ônibus e os que têm, demoram muito.

Seria bom que o governo fizesse uma licitação para colocar mais ônibus nas ruas. Além disso, o trânsito de Brasília está muito ruim. Principalmente por causa das obras”, argumenta.

O cobrador de ônibus Ricardo dos Santos, 25 anos, diz que os carros de lotação irregular circulam por causa do descaso das empresas de ônibus.

“As empresas não cumprem os horários determinados e mesmo com a frota renovada, o número de ônibus continua o mesmo praticamente. É como se os problemas continuassem, mas agora pelo menos, as pessoas andam em coletivos que não quebram na estrada”, diz.

Esquema
Devido as fiscalizações em 2009, o número de casos de motoristas fazendo transporte irregular diminuiu nos registros do DFtrans, mas é só sair nas ruas que a irregularidade está evidente.

O esquema montado pelos piratas envolve até linhas permanentes e contato por celular. O motorista pirata que leva passageiros de Brasília para Sobradinho afirma que cobra o mesmo valor da passagem de ônibus.

“Os passageiros sentem mais segurança e o valor cobrado é o mesmo que o do ônibus. Acho que se não tivesse gente reclamando e aceitando o transporte irregular, eu não estaria aqui agora”, explica o motorista que não quis se identificar.

De acordo com o DFtrans, somente no ano passado foram apreendidos mais de 1,3 mil veículos que faziam transporte pirata. Agora, o órgão está usando um esquema de monitoramento e fiscalização por etapas.

Cada cidade receberá a visita do Departamento, da Polícia Civil e Militar e órgãos como o Batalhão de Trânsito do DF (BPTran) e a Companhia de Policiamento Rodoviário (CPRv).

Quem for pego fazendo o transporte pirata terá o carro apreendido. A multa varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil e, se não for paga, o carro pode ir a leilão.

A assessoria do Departamento de Transporte do Distrito Federal explica que a fiscalização continua e que em 2009, muitos fiscais ficaram a cargo somente da Rodoviária, mas que agora, equipes fiscais se revezarão nas cidades e em pontos do Plano Piloto para combater os piratas.

“É perigoso. A polícia já registrou casos de passageiros assaltados e até estuprados pelo próprio motorista. Em alguns casos, os motoristas se quer tinham habilitação para dirigir. As pessoas devem entender que estão pondo a vida nas mãos de desconhecidos”, alerta.

Como funciona
Os piratas ficam em grupos de 4 a 7 componentes, sendo que pelo menos um fica a cargo de observar se a fiscalização aparece.

Dois ou três deles ficam chamando em voz alta o destino do carro. Apenas 4 pessoas são selecionadas por vez.

Na área superior da Rodoviária, ficam os piratas com destino ao Eixo Sul e Norte de Brasília, Sobradinho e Planaltina.

Na plataforma central, abaixo dos Correios fica um outro ponto onde os piratas circulam. Alguns deles selecionam as pessoas que irão no carro e ligam para o motorista que leva os passageiros até o destino.

Na área inferior, próximo a agência do Banco do Brasil, os piratas seguem o sentido Brasília São Sebastião, Gama e cidades do Entorno.

O preço das passagens custa de R$ 2 a R$ 5 dependendo do destino. Alguns lucram por dia, mais de R$ 100.

No outro lado da Rodoviária, próximo à Biblioteca Nacional, os piratas levam os passageiros para o Lago Sul, São Sebastião e condomínios do Lago.

Piratas que pegam passageiros da W3 Sul e Norte desembarcam próximo a estação do metrô na Rodoviária.

Segundo informações da polícia, 70% dos carros não possuem placa de Brasília podendo ser um automóvel roubado ou clonado.









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