Brasília, quarta-feira, 8 de outubro de 2025 - 15:1
Isenção do IR avança no Senado sob relatoria de Renan Calheiros
CAE será única comissão temática a analisar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Meta é votar projeto até final de outubro

O Senado Federal recebeu, nesta semana, o PL 1.087/25, originário da Câmara, encaminhado pelo governo Lula (PT), que propõe isentar do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) aqueles que ganham até R$ 5 mil mensais e ampliar descontos para faixas até R$ 7.350.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou que o projeto será analisado por apenas uma comissão antes de ir ao plenário — a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) — e designou o próprio presidente do colegiado temático, senador Renan Calheiros (MDB-AL), como relator da matéria.
Renan se comprometeu a aprovar o texto sem alterações em 30 dias. Isto é, até o fim de outubro.
Propostas centrais e compensações
Pela versão aprovada na Câmara, a isenção atingiria quem recebe até R$ 5 mil mensais, e aqueles com renda de R$ 5.000,01 a R$ 7.350 teriam descontos graduais até eliminar completamente o pagamento do IR naquela faixa.
Para compensar a perda de arrecadação estimada em R$ 25,8 bilhões, o texto prevê tributação adicional sobre rendimentos de pessoas físicas com ganhos superiores a R$ 600 mil por ano, com alíquota progressiva de até 10%.
Segundo o governo, cerca de 15,5 milhões de contribuintes seriam beneficiados pela nova sistemática.
Disputa política e embates com a Câmara
A escolha de Calheiros para a relatoria do projeto representa movimento estratégico: ele já presidiu e relatou projetos similares de isenção do IR, inclusive em tramitações anteriores.
Deputados, em especial o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — relator da versão aprovada na Casa — reagiram ao anúncio, criticando a possibilidade de o Senado reabrir negociações ou alterar substancialmente o texto. Lira pediu que o Senado não faça “politicagem” com a matéria.
Há senadores querendo ampliar a faixa de isenção para R$ 10 mil. Todavia, isso não deverá ocorrer, pois não há orçamento para tal montante e ainda obrigaria o retorno do texto à Casa de origem. Então, isso está completamente fora de cogitação.
Renan revidou, afirmando que a tramitação será célere — visando concluir a análise em até 30 dias — e que modificações serão feitas apenas quando estritamente necessárias, sem voltar à Câmara se isso puder ser evitado.
Ele também indicou que ao menos 4 audiências públicas devem embasar a análise da matéria na CAE.
Próximos passos e riscos na tramitação
Com a indicação do relator e a definição de que a CAE será a única comissão antes do plenário, há intenção declarada de acelerar a tramitação.
O desafio será evitar que alterações no Senado obriguem o projeto a retornar à Câmara. Se isso ocorrer, haverá nova negociação de texto, possível postergação da sanção presidencial e risco de atraso para entrar em vigor em 2026, com base no princípio da anterioridade.
Além disso, a disputa política local em Alagoas — entre Renan e Lira, que são adversários — adiciona tensão sobre como eventuais mudanças serão recebidas politicamente.
Se aprovado na CAE do Senado sem modificações, o projeto poderá ir direto para sanção presidencial. Caso o projeto seja alterado, precisará voltar à Câmara para nova apreciação da Casa originária.
Últimas notícias
15 de outubro: Dia do Trabalhador em Educação é celebrado com descanso garantido em Convenção Coletiva
13/10 - 14:30 |
“Honestino” emociona e é aplaudido de pé no Festival do Rio
13/10 - 14:22 |
MP das bets: vitória dos ricos e derrota da justiça tributária
13/10 - 14:10 |
Pejotização: falso empreendedorismo que ameaça o trabalho e a proteção social
10/10 - 13:55 |
PEC propõe 36 horas de trabalho e 2 dias de descanso; Senado inicia discussão