Brasília, terça-feira, 14 de abril de 2009 - 15:48
DIREITOS TRABALHISTAS
Capitalistas ficam mais intransigentes na crise e propõem arrocho e flexibilização
Fonte: CTB
Duas reportagens publicadas na edição desta segunda-feira (13-4) pelo jornal “Valor” revelam os efeitos negativos da crise do capitalismo sobre as negociações salariais em curso no país e em perspectiva para 2009.
Os patrões que, sob pressão dos sindicatos concederam modestos aumentos reais de salários ao longo das campanhas realizadas nos últimos anos, mudaram abruptamente de atitude e agora ofertam reajustes abaixo da inflação, procuram impor redução de salários com redução de jornada e preconizam a flexibilização de direitos.
“Depois de cinco anos em que aumentos reais vinham sendo conquistados pela maioria das categorias - em 2008, 78% conseguiram -, os sindicatos encontram hoje um ambiente arisco para negociar e poucos estão obtendo resultados acima do INPC”, constatam as jornalistas Samantha Maia e Ana Paula Grabois na matéria intitulada “Aumento de salário acima da inflação vira raridade no pós-crise”.
“Em alguns casos, as empresas têm começado a negociação oferecendo aumentos abaixo da inflação do período. Queda da produção, ameaça de desemprego, indefinição do cenário econômico no curto prazo, tudo converge para dificultar as conversas entre funcionários e empresários”.
Os jornalistas citam vários exemplos de negociações em que as reivindicações de aumento real dos salários foram frustradas pela intransigência patronal, justificada pela crise, caso dos metalúrgicos do Sul Fluminense e calçadistas de Franca (SP), entre outros.
Já no Rio Grande do Sul, apenas 30% dos acordos superam 1% além da inflação (INPC), de acordo com levantamento da seção local do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas). Muitas empresas, apesar de não terem sido afetadas seriamente pela turbulência econômica, estão usando de forma oportunista o pretexto da crise para negar o atendimento das demandas trabalhistas.
Com isto, é de se esperar que a participação da renda do trabalho no PIB continue em declínio, enquanto a parte do capital é preservada ou mesmo ampliada. A menos que a classe trabalhadora intensifique sua mobilização unitária e defenda com mais energia os seus direitos e interesses, cobrando a redução da jornada sem redução de salários, a estabilidade no emprego e o respeito aos direitos sociais.
Finalmente, convém observar que os modestos ganhos obtidos no ciclo de expansão econômica iniciado em 2004 não acompanharam sequer o avanço da produtividade do trabalho, o que significa que os lucros capitalistas cresceram proporcionalmente mais que os salários, de forma que a chamada distribuição funcional da renda (entre capital e trabalho) piorou, apesar da redução do leque salarial consequente da valorização do Salário Mínimo no governo Lula.
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