Brasília, domingo, 28 de dezembro de 2008 - 10:55
ECONOMIA
Serasa: apesar da crise, vendas do comércio varejista cresceram 2,8% no Natal
O espírito natalino falou mais forte que o temor da crise econômica mundial. Segundo um levantamento nacional, realizado pela empresa de análises econômicas Serasa Experian, neste Natal o comércio vendeu 2,8% a mais que no mesmo período de 2007.
Embora o resultado deste ano tenha ficado aquém do registrado entre os dias 18 e 24 de dezembro de 2007, quando as vendas do comércio varejista cresceram 5,3%, a Serasa Experian avaliou que os empresários têm o que comemorar.
“O crescimento deste ano ocorreu sobre uma base elevada obtida em 2007”, afirmou o assessor econômico da empresa, Carlos Henrique de Almeida. “Podemos dizer que foi um desempenho de razoável para bom. Poderia ser melhor, mas, na atual conjuntura, diante de todas as notícias sobre crise, juros elevados e crescimento da inadimplência, o aumento nas vendas é uma boa notícia”, disse.
O levantamento apontou a alta dos juros e o maior endividamento de parte da população como causas da retração nas vendas. Por essas razões, os consumidores teriam adotado uma atitude mais cautelosa, principalmente em relação ao crédito e à aquisição de produtos de maior valor agregado. Instituições financeiras e o próprio varejo também teriam sido mais conservadores ao conceder crédito.
Almeida sustentou que as vendas parceladas foram fundamentais para que, mesmo em meio à crise, o resultado fosse positivo. “O que efetivamente ajudou [nas vendas] foi a possibilidade de parcelamento das compras. Mesmo que com menor oferta de crédito, o comércio ainda pôde parcelar, inclusive produtos mais baratos, em um menor número de prestações”.
O levantamento, nacional, não detalha os resultados regionais. A exceção é a cidade de São Paulo, onde a Serasa Experian detectou um crescimento menor que o da média nacional. Na capital paulista, as vendas cresceram apenas 1,1%. Em 2007, no mesmo período, o comércio paulista havia comemorado uma alta de 5,6%. “Provavelmente, um conjunto de pessoas [paulistanas] endividadas preferiu gastar menos e ser mais cauteloso”, ponderou Almeida.
Em Brasília, as vendas dividiram lojistas de um mesmo shopping. Para Nalva Gervázio, gerente da Hering, o resultado da semana de Natal foi ótimo. “Foi muito bom. Chegamos a vender R$ 38 mil diários, quase o dobro do ano passado. A crise não chegou aqui, graças a Deus. As pessoas continuam comprando da mesma maneira”.
Já para o gerente das Lojas Americanas, Carlos Augusto Portela Fontinele, as vendas ficaram abaixo das expectativas. “Não só a semana do Natal, mas todo o mês de dezembro não foi tão bom para nós. Não sei se foi por causa dessa crise mundial, mas o pessoal ficou um pouco receoso de comprar. No ano passado os clientes gastaram muito mais. O gasto médio por pessoa era de R$ 60. Esse ano esse valor caiu para R$ 52”.
O levantamento da Serasa Experian considerou as consultas ao banco de dados da empresa feitas nos períodos de 18 a 24 de dezembro de 2008 e de 19 a 21 de dezembro de 2008. Esses dados foram comparados com as pesquisas realizadas pelos comerciantes em períodos equivalentes de 2007. (Com Radiobrás)
Últimas notícias
Câmara aprova PDL que retira proteção de meninas vítimas de estupro; vai ao Senado
6/11 - 10:50 |
SAEP lança série e ressalta conquistas nas Convenções Coletivas do Ensino Superior e da Educação Básica
5/11 - 21:22 |
Câmara amplia licença-paternidade para 20 dias em 4 anos
5/11 - 20:24 |
Quando crime vira terrorismo, a democracia vira alvo
5/11 - 20:16 |
Senado aprova isenção de IR proposta por Lula e amplia taxação sobre grandes fortunas e dividendos
Notícias relacionadas
País ainda paga menos às mulheres: diferença média é de 21,2%
31/10 - 10:42 |
“Negociado sobre o legislado” desmantelou o Direito do Trabalho
29/10 - 11:35 |
Pejotização ameaça conquistas da CLT e fragiliza proteção social, alertam especialistas
21/10 - 21:44 |
Senado debate jornada de 36h e fim da escala 6×1 em audiência pública da CCJ
21/10 - 15:43 |
A pejotização é a nova face da precarização do trabalho

