Brasília, segunda-feira, 17 de novembro de 2014 - 12:50
ENSINO SUPERIOR
PAS completa 18 anos: gerações falam o que pensam sobre programa
Fonte: Correio Braziliense
Primeiro edital do certame foi publicado em 1996. Desde lá, mais de mais de 20 mil alunos já ingressaram na UnB
Em dezembro, o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília completa a maioridade com uma garantia do atual reitor: não será engolido pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Pelo contrário, abre um novo subprograma em 2014 e comemora a parceria com a educação básica.
Após 18 anos da aplicação da primeira prova, o programa conseguiu quebrar o muro que verticalizava as relações. Hoje, em vez de as escolas correrem atrás do conteúdo das provas, as decisões sobre o que será abordado em aula e na avaliação são conjuntas.
Era 1995. O ex-diretor do Cespe, Lauro Morhy, assumia a reitoria.A vontade de instituir uma avaliação seriada, que não testasse o estudante somente em um vestibular, era discutida há 10 anos, e o documento para implantá-la começa a tomar forma. “É uma oportunidade de avaliar melhor o aluno”, defendia Morhy.
No fim daquele mesmo ano, foi publicado o edital para o subprograma 1996-1998, o primeiro da história da seleção. Rafael Souza Maurmo, hoje com 33 anos, concluía a 8ª série do ensino fundamental. Aluno exemplar, as notas na escola sempre eram excepcionais. Mas ele não conhecia o novo modelo de avaliação aplicado a partir de 1996 e não teve um resultado similar.
Na última série do ensino médio, a ficha caiu. Estava longe da pontuação que o levaria para medicina. Nessa hora, recebeu um dos conselhos mais valiosos: “Meu avô, engenheiro muito bem-sucedido, olhou para mim e disse: ‘Não adianta fazer muitos exercícios. Você precisa fazer todos os exercícios’”, conta Rafael. Estudou mais. Só que ficou em 16º, quando só havia 15 vagas para medicina. “Fiquei decepcionado”, lembra. Dias depois, a surpresa: passou em segunda chamada.
Esforço
Dez anos após Rafael Maurmo iniciar os estudos para o PAS, Gustavo Araújo, 24, acabava de concluir a prova do segundo ano do subprograma de 2005-2007. Aluno do Colégio Militar de Brasília, a rotina de estudos era levada a sério e com rigor.
“Diferentemente da maioria dos estudantes, comecei a investir no PAS desde o primeiro ano. Acho que esta é uma das maiores vantagens do programa: ele ajuda a melhorar o ensino médio. Assim, não terá uma formação deficiente”, acredita.
Enquanto Rafael e Gustavo viram o PAS se desenvolver, formaram-se e hoje são profissionais conceituados, Gabrielle Christina Alves e Bárbara Costa da Silva, ambas com 17, buscam uma vaga na UnB. Estudantes de escolas públicas, elas tentam a aprovação pelas cotas sociais.
“Eu me inspirei na minha tia. Ela já tinha feito e deu várias dicas para que eu levasse a sério desde o começo. Agora, preciso de 13 pontos para entrar no curso de geografia. Espero conseguir”, afirma Bárbara. A instituição das cotas para alunos da rede pública no PAS foi um estímulo.
“A gente acaba ficando para trás. Depois das cotas, pensei: existe um lugar para mim na UnB, e comecei a me esforçar. É difícil passar. A concorrência às vezes é maior do que pelo sistema tradicional”, constata Gabrielle.
Após 18 anos da aplicação da primeira prova, o programa conseguiu quebrar o muro que verticalizava as relações. Hoje, em vez de as escolas correrem atrás do conteúdo das provas, as decisões sobre o que será abordado em aula e na avaliação são conjuntas.
Era 1995. O ex-diretor do Cespe, Lauro Morhy, assumia a reitoria.A vontade de instituir uma avaliação seriada, que não testasse o estudante somente em um vestibular, era discutida há 10 anos, e o documento para implantá-la começa a tomar forma. “É uma oportunidade de avaliar melhor o aluno”, defendia Morhy.
No fim daquele mesmo ano, foi publicado o edital para o subprograma 1996-1998, o primeiro da história da seleção. Rafael Souza Maurmo, hoje com 33 anos, concluía a 8ª série do ensino fundamental. Aluno exemplar, as notas na escola sempre eram excepcionais. Mas ele não conhecia o novo modelo de avaliação aplicado a partir de 1996 e não teve um resultado similar.
Na última série do ensino médio, a ficha caiu. Estava longe da pontuação que o levaria para medicina. Nessa hora, recebeu um dos conselhos mais valiosos: “Meu avô, engenheiro muito bem-sucedido, olhou para mim e disse: ‘Não adianta fazer muitos exercícios. Você precisa fazer todos os exercícios’”, conta Rafael. Estudou mais. Só que ficou em 16º, quando só havia 15 vagas para medicina. “Fiquei decepcionado”, lembra. Dias depois, a surpresa: passou em segunda chamada.
Esforço
Dez anos após Rafael Maurmo iniciar os estudos para o PAS, Gustavo Araújo, 24, acabava de concluir a prova do segundo ano do subprograma de 2005-2007. Aluno do Colégio Militar de Brasília, a rotina de estudos era levada a sério e com rigor.
“Diferentemente da maioria dos estudantes, comecei a investir no PAS desde o primeiro ano. Acho que esta é uma das maiores vantagens do programa: ele ajuda a melhorar o ensino médio. Assim, não terá uma formação deficiente”, acredita.
Enquanto Rafael e Gustavo viram o PAS se desenvolver, formaram-se e hoje são profissionais conceituados, Gabrielle Christina Alves e Bárbara Costa da Silva, ambas com 17, buscam uma vaga na UnB. Estudantes de escolas públicas, elas tentam a aprovação pelas cotas sociais.
“Eu me inspirei na minha tia. Ela já tinha feito e deu várias dicas para que eu levasse a sério desde o começo. Agora, preciso de 13 pontos para entrar no curso de geografia. Espero conseguir”, afirma Bárbara. A instituição das cotas para alunos da rede pública no PAS foi um estímulo.
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