Brasília, segunda-feira, 20 de outubro de 2025 - 10:24
Os invisíveis da educação: sem eles, as escolas não funcionam
No Dia do Professor, é preciso lembrar também os trabalhadores da administração escolar — profissionais que garantem o funcionamento diário das instituições de ensino. Mas esses seguem esquecidos e pouco valorizados
“A data passou. Mas nós não esquecemos que somos rotineiramente invisibilizados”, critica a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva. Ela se refere ao 15 de outubro, o chamado “Dia do Professor”, que deveria ser, por justiça e lei federal, o “Dia dos Trabalhadores em Educação”, a fim de incluir àqueles que fazem as instituições de ensino funcionar rotineira e cotidianamente.
Neste 15 de outubro, as homenagens não foram diferentes. Essas se concentraram — novamente — apenas em quem ensina.
Mas há um segmento igualmente essencial, que raramente é lembrado: os trabalhadores da administração escolar. Conhecidos como “auxiliares” ou “técnicos em educação”, são eles que mantêm as engrenagens dos maternais, escolas, faculdades e universidades girando todos os dias.
Trata-se do “outro lado da escola; da instituição de ensino”.
Sem esses profissionais, não há matrículas, pagamentos, registros, calendários, manutenção nem atendimento ao público. São eles que resolvem as burocracias, organizam documentos, cuidam da infraestrutura e apoiam professores e direções para que o ensino aconteça, cotidianamente.
Essenciais, mas invisíveis
Esses trabalhadores lidam com toda a rotina administrativa: processam matrículas e transferências, controlam folha de ponto, administram contratos, supervisionam manutenção e acompanham o orçamento das instituições.
Em escolas públicas, muitas vezes exercem múltiplas funções, fazendo o trabalho de equipes inteiras.
Apesar dessa relevância, seguem sem reconhecimento social e político, com salários baixos, sobrecarga e pouca visibilidade. “Quando tudo funciona bem, ninguém percebe que existe um time cuidando disso. Mas basta faltar um desses profissionais para a escola parar”, comenta Maria de Jesus.
Trabalhadores que sustentam o ensino
Os chamados “auxiliares” e “técnicos em educação” — esses trabalhadores — complementam a equipe pedagógica, e permite que os professores se concentrem em ensinar.
Apoiam diretores e coordenadores, asseguram a segurança e o conforto dos alunos e mantêm a escola viva — mesmo fora do horário de aula.
São trabalhadores em educação, tão essenciais quanto os docentes, mas historicamente esquecidos nas políticas de valorização profissional.
Reconhecimento urgente
Se a educação é processo coletivo, é injusto que parte de quem a faz acontecer permaneça invisível.
Valorizar os trabalhadores da administração escolar é reconhecer a base que sustenta o ensino público e privado no País.
É urgente incluí-los nas políticas de formação continuada, planos de carreira e valorização salarial, pois não existe escola que funcione sem quem a organize.
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