Brasília, quarta-feira, 3 de março de 2010 - 16:27
REDUÇÃO DA JORNADA
Associações comerciais pedem a retirada da PEC das 40 horas
Fonte: Agência Câmara
Empresários pressionam presidente da Câmara a não votar proposta. O discurso é o mesmo quando está em jogo ampliação dos direitos dos trabalhadores: impactos negativos na economia, desemprego e estímulo à informalidade. Vale tudo para manter os altos lucros
Representantes da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) reuniram-se, nesta terça-feira (2), com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB/SP).
Eles apresentaram argumentos contra a aprovação da PEC 231/95, que prevê a redução da carga de trabalho de 44 para 40 horas semanais e o aumento do adicional de 50% para 75% do valor da hora extra trabalhada.
O presidente das duas entidades, José Paulo Dornelles Cairoli, afirmou que a aprovação da medida provocará impactos negativos na economia e será um estímulo à informalidade.
Cairoli acrescenta que o aumento da hora extra trabalhada vai impedir o comércio de bens e serviço de abrir aos domingos em função dos custos trabalhistas.
Para o dirigente, "as grandes e médias empresas que também serão prejudicadas ainda terão como alternativa substituir a mão-de-obra por máquinas, mas os micro e pequenos empresários, que têm pouca capacidade de investir, serão forçados a reduzir o número de seus empregados", enfatiza.
Cairoli lembra que não há consenso sobre a proposta e levá-la ao plenário neste ano "é uma decisão precipitada e eleitoreira". Na opinião de Cairoli, a discussão da medida é inoportuna em ano eleitoral, "uma vez que contamina a pauta do Congresso".
Michel Temer destacou que o projeto divide opiniões e lembrou que apresentou uma proposta intermediária, de redução de 44 horas para 42. "Nós temos que debater e buscar um consenso", afirmou.
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