Brasília, sexta-feira, 27 de março de 2009 - 14:35
CRISE ECONOMICA
Desemprego fica estável
Fonte: Correio Braziliense
Taxa de trabalhadores desocupados passa de 8,2% em janeiro para 8,5% em fevereiro, mas fica inferior ao apurado em igual mês de 2008
A taxa de desemprego encerrou fevereiro em 8,5% da População Economicamente Ativa (PEA), menor que os 8,7% registrados em igual mês do ano passado e abaixo da previsão de especialistas em mercado de trabalho, que apostavam em uma desocupação em torno de 9%.
Em compensação, o percentual aumentou em comparação a janeiro último, quando havia ficado em 8,2%, e atingiu o mais alto nível desde abril do ano passado. Estatisticamente, o IBGE fala em estabilidade (veja gráfico), o que é visto como positivo em momentos de crise econômica como a atual, mas não necessariamente representa melhora do cenário, na opinião de especialistas.
Desde setembro, mês em que eclodiram no Brasil os primeiros efeitos da crise, 456 mil pessoas perderam seus empregos. O contingente de desempregados sofreu um incremento de 51 mil pessoas apenas no mês passado.
"Esse volume (de fevereiro) representa uma estabilidade do ponto de vista estatístico, o que é positivo, considerando esse momento de crise", analista a economista da PME, Adriana Beringuy.
A estagnação é comemorada como uma esperança pelo professor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas Cláudio Deddeca. Mas o resultado divide especialistas.
"Houve um estancamento do desemprego, o que dá uma esperança de que a crise não atinja o mercado de trabalho como se esperava. A não ser que a situação da economia internacional se agrave, mas, se mantiver o cenário atual, há uma possibilidade até de voltarmos a empregar em 2009", torce Deddeca.
Há quem discorde da positividade. Na opinião do economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, o mercado de trabalho ainda será mais afetado, já que há uma defasagem em relação à atividade econômica. "Esse resultado de fevereiro não é nada que permita muito otimismo. A taxa vai continuar crescendo e a tendência é que passe de 10% até o fim do ano", aposta.
Já a estabilidade registrada no rendimento médio pode ser um agravante futuro para o desemprego, uma vez que a renda em circulação na economia não apresenta sinais de que pode crescer. Em média, cada trabalhador brasileiro recebeu R$ 1.321, 30 no mês passado, -0,1% menos que em janeiro. "A expansão da renda está desacelerando, o que preocupa", afirma Pereira.
O número de desempregados total chega a 1,941 milhão de trabalhadores nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE — Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A maior taxa de desemprego é verificada em Salvador — 11% da PEA.
São Paulo aparece em segundo lugar, com 10% de sua PEA à procura de uma vaga. O menor índice é o de Porto Alegre — 6%. Nas seis capitais, o volume de ocupados é de 20,9 milhões de brasileiros. Destes, 57% são assalariados do setor privado. A maior parte, 9,3 milhões, têm carteira de trabalho assinada, mas, de janeiro para fevereiro, o número de funcionários formais caiu 1,1%.
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