8 de março: falta de representatividade política também é barreira
Construir sociedade mais equânime, que preze pelo respeito às mulheres, requer mudanças, a começar pela maior presença feminina em ambientes decisórios e em cargos de liderança
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Marcha pelo 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em Brasília (DF).
Na política, a representatividade feminina ainda é rarefeita. Segundo dados do ONMP (Observatório Nacional da Mulher na Política), da Câmara dos Deputados, em 2007, 557 dos parlamentares da Casa eram homens (92%), contra apenas 47 mulheres (8%).
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Na eleição de 2011, 58 mulheres (9%) conquistaram a confiança do povo para assumir o cargo, mas 581 deputados ainda eram homens (91%).
Em 2015, 543 políticos do gênero masculino (90%) foram eleitos contra 62 parlamentares mulheres (10%). E, em 2019, eram 497 deputados (85%) para 85 deputadas (15%).
Em 2023, dos 513 parlamentares que iniciaram mandato, 457 são homens (82%) e apenas 98 são mulheres (17,66%).
Como se vê, ao analisar as últimas 5 legislaturas — período de 4 anos de mandato em cada —, é possível notar alguma evolução, mas os números ainda são insuficientes para construir mudança significativa.
Poucas líderes
Outro exemplo disso é a presença em postos de comando, como membro da Mesa Diretora, de comissões permanentes ou especiais ou até mesmo em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que também ainda é simbólica.
Entre as deputadas, a maioria tem entre 40 até 49 anos. Qualificação não falta, pois 31% das parlamentares possuem doutorado, 17% mestrado e 21% fizeram alguma pós-graduação. Cerca de 19% delas, têm alguma formação superior.
Com 65 membros, a CMulher (Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher) é a que conta com mais parlamentares mulheres (86%). Trata-se de órgão do Poder Legislativo — Câmara e Senado — que atua na proteção e promoção dos direitos das mulheres.
Nas demais 29 comissões — que tratam de temas essenciais para a população, como Saúde, Agricultura, Economia e Tributação —, o percentual não passa de 30% ou 45%, chegando a apenas 4%, no caso de Minas e Energia.