Saep DF
Publicado: 20-jun-2011 - às 14:12


RETROCESSO MORALISTA

Juiz de Goiânia anula união homoafetiva e OAB contesta decisão

A união estável entre homossexuais foi aprovada no dia 5 de maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e deve ser acatada pelas demais instâncias do Judiciário

Fonte: Clicabrasília

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contestou nesta segunda-feira (20) a decisão de um juiz de Goiânia, tomada na última sexta-feira (17), que mandou anular todas as uniões estáveis entre homossexuais.

A determinação do juiz Jeronymo Pedro Villas Boas, da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos de Goiânia, contraria o Supremo Tribunal Federal (STF).

O juiz Villas Boas determinou ainda que todos os cartórios de Goiânia recusem pedidos de contratos de união estável entre gays.

Em nota, o presidente em exercício da OAB nacional, Miguel Cançado, afirmou que a decisão do juiz de Goiânia é "um retrocesso moralista".  "As relações homoafetivas compõem uma realidade social que merecem a proteção legal", afirmou.

Na sexta-feira (17), o juiz de Goiânia anulou, de ofício (sem ter sido provocado), a união estável do casal Liorcino Mendes e Odílio Torres, celebrada em contrato no dia 9 de maio passado.

Foi o primeiro casal de Goiânia a tomar essa iniciativa após o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar a união estável entre homossexuais no dia 5 de maio.

A decisão do Supremo é vinculante e tem de ser acatada pelas demais instâncias do Judiciário. Ao tomar a decisão, o magistrado alegou que o STF mudou a Constituição ao definir que casais gays podem registrar em cartório uniões estáveis.

Na avaliação do juiz, esse tipo de mudança caberia apenas ao Congresso. O casal Liorcino Mendes e Odílio Torres promete recorrer e ir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a decisão de Villas Boas.