LUTA SINDICAL
CUT exige adoção de contrapartidas sociais
Presidente da CUT envia carta a Lula exigindo manutenção de empregos e salários como requisito em nova isenção do IPI para carros novos
O presidente da CUT, Artur Henrique, encaminhou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que a central exige a adoção de contrapartidas sociais - manutenção de empregos e salários - como requisito para a renovação do programa que isenta de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a venda de carros novos. A carta foi entregue nesta quarta-feira (4).
Na carta, Artur salienta que a informação de que pode haver renovação da isenção por mais três meses chegou ao público através da imprensa, numa crítica ao fato de o Governo tomar medidas sem diálogo com o movimento sindical, como ocorreu, por exemplo, na adoção do atual pacote, que tem validade até o dia 31. A isenção em vigor não estabelece exigências para que as empresas beneficiadas sejam obrigadas a manter o nível de emprego e o valor dos salários se quiserem se beneficiar da medida.
Desde o início do primeiro mandato do atual Governo, a CUT tem cobrado a exigência de contrapartidas sociais em todos os financiamentos, investimentos e pacotes de incentivo mantidos com verbas públicas. Para a CUT, é um erro usar dinheiro público, como empréstimos do BNDES e outros bancos de fomento, para ajudar empresários que demitem. Com a eclosão da crise, a central aprofundou a crítica e a cobrança.
Cópias da carta enviada ontem a Lula foram entregues aos ministros Guido Mantega, da Fazenda, Luís Dulci, da Secretaria Especial da Presidência, e Miguel Jorge, do Desenvolvimento.
A informação de que o Governo pretende renovar por mais três meses o acordo de isenção do IPI para a venda de carros novos foi veiculada ontem pela Folha de S. Paulo. Nesta quinta (5), o ministro Miguel Jorge teria declarado à imprensa que o acordo não será renovado, enquanto o ministro Guido Mantega afirmou, segundo os sites de notícia, que a possibilidade está em estudo.

