MOVIMENTO SINDICAL
CTB fortalece Comando de Combate às Práticas Antissindicais
No Distrito Federal alguns donos de escola do setor privado dificultam a entrega de material aos auxiliares
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) agora faz parte do Comando de Combate às Práticas Antissindicais, formado em outubro de 2007. O comunicado foi feito pelo seu presidente, Wagner Gomes, no dia 17, na sede da CTB, em São Paulo, em reunião com representantes de OIT, Dieese, CUT, Força Sindical e UGT.
De acordo com Wagner Gomes, o Comando de Combate às Práticas Antissindicais é um instrumento importante para fortalecer o sindicalismo nacional. "A unidade das centrais é essencial para o fortalecimento do nosso movimento" ressaltou o presidente da CTB e afirmou, ainda, que as práticas antissindicais é um problema que não se vê, apenas, em uma ou outra região, mas, por todo o país.
Em Brasília, por exemplo, alguns estabelecimentos de ensino dificultam a entrega dos informativos do Saep aos auxiliares da administração. "Os empregadores impedem o acesso dos diretores nas instituições quando vamos entregar cartazes de convocação, assembléias, CCT e até convite de confraternização" afirmou Maria de Jesus da Silva, presidente do Saep-DF.
Muitos casos
Um dos representantes da OIT (Organização Internacional do Trabalho) presentes à reunião, Eduardo Rodriguez, destacou que as práticas anti-sindicais são diversificadas. Compreendem demissões ilegais de dirigentes com estabilidade sindical, além de não-reconhecimento do direito à organização e à negociação coletiva, especialmente nos setores públicos.
No Brasil, conforme notou Rodriguez, os problemas são agravados pela cultura antidemocrática legada pelo regime militar, a hostilidade contra as forças e organizações associadas ao trabalho inflamado pelo neoliberalismo, a falta de informações e carência de estatísticas. Tudo isto remete à necessidade de fortalecer a formação sindical e criar um banco de dados sobre os acontecimentos que configuram práticas antissindicais.
Rodriguez ressaltou a necessidade de um trabalho unitário de todas as centrais, sem exceção, para enfrentar com êxito tais problemas. "É preciso valorizar o processo de unidade de ação das centrais, que tem dado excelentes resultados, e entender que as práticas sindicais não constituem uma questão isolada, estão associadas à luta pelo trabalho decente", sustentou.
Segundo ele, "a força da OIT radica na força do movimento sindical e na capacidade de transformar em realidade as normas que estabeleceu e propõe para as relações de trabalho". (Com Vermelho)

