Saep DF
Publicado: 23-jul-2009 - às 15:51


ELEIÇÕES 2010

Roriz busca apoio político para concorrer ao governo do GDF

Em litígio com o PMDB-DF, ex-governador tenta se aproximar até mesmo de rivais como o PT e o PSB

Fonte: Correio Braziliense

A aflição de Joaquim Roriz (PMDB) em se viabilizar para as eleições de 2010 tem orientado os passos do ex-governador cada vez mais à esquerda.

Nos bastidores ou mesmo de portas escancaradas para fotos, o peemedebista não esconde que a sua rede de sustentação pode ser tecida por legendas que historicamente ele rechaçou, como o PT e o PSB.

O encontro de ontem é uma prova aparente dessa nova fase do peemedebista. Por duas horas e meia, ele recebeu em sua casa, no Park Way, o presidente do PSB no Distrito Federal, deputado federal Rodrigo Rollemberg.

Durante a reunião, Roriz reproduziu a Rollemberg os cenários que considera para a próxima eleição.

Num deles, o peemedebista aparece como aliado dos partidos de esquerda. Segundo as análises de Roriz, a composição no DF poderia ser um espelho da coligação nacional montada para apoiar a campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Isso ajudaria o ex-governador nos argumentos que arregimenta para se manter no PMDB (1) e conseguir do partido a indicação para concorrer ao governo local.

A hipótese de sair candidato pelo nanico PSC tem sido tratada no grupo do político como um plano B e, só se confirmará, quando sentir que não tem mais nenhuma chance de disputar pelo PMDB.

Aliados de Roriz uniformizaram discurso de que a rixa dele com o PT é coisa do passado. "Se é que um dia ela foi tão marcante assim. Só para se ter uma ideia, o Roriz foi o fundador do PT em Luziânia", recorda um colaborador do pré-candidato ao Buriti em 2010.

A despeito de ter um dia feito parte da legenda, os principais embates públicos de Roriz foram com os grupos de esquerda, especialmente com Cristovam Buarque, que governou o Distrito Federal pelo PT entre 1995 e 1998.

Em busca de apoio
Seguindo a estratégia de se aproximar do grupo que pode lhe abrir portas, Roriz tem tentado dialogar até mesmo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo um interlocutor do governador, ele teria procurado dois ministros para pedir apoio e oferecer em troca a possibilidade de um palanque para Dilma.

Além disso, Roriz também tem conversado com o pré-candidato do PT ao GDF Agnelo Queiroz, sobre a possibilidade de uma aliança.

Por enquanto, o que está acertado no fio do bigode é que se um dos dois fosse para o segundo turno contra o governador José Roberto Arruda, o outro entraria na composição para o tira-teima.

O grupo de Roriz faz questão de frisar essa possibilidade e Agnelo disse ao Correio recentemente que não descarta a hipótese.

Os encontros que Roriz tem mantido com políticos mais à esquerda, ao exemplo do de ontem, têm um objetivo prático de aferir o grau de reciprocidade na estratégia de se colar aos partidos de esquerda.

Rodrigo Rollemberg, por exemplo, se sentiu lisonjeado com a porção de elogios que o ex-governador despejou em seus ouvidos. O deputado devolveu o agrado deixando as portas abertas para conversas futuras.

"Bem, por enquanto, eu falei para o ex-governador que o partido está mais inclinado mesmo a fechar com Agnelo." Dentro da lógica de Roriz(2), até aí tudo bem. Ele só precisaria se incluir nessa coligação.

1 - Intervenção
Uma ação apresentada pelo grupo de Roriz ao comando da sigla pede a retirada do deputado federal Tadeu Filippelli da presidência do PMDB local a partir de uma intervenção no diretório regional.

2 - Viagem
O ex-governador vai passar quase duas semanas fora do país, nos Estados Unidos, onde visitará os netos. Pretende voltar entre 4 e 5 de agosto, justamente no período de desfecho do pedido de intervenção do PMDB.