DENÚNCIA
Itamaraty: terceirizados e estagiários só podem entrar pela garagem
Medida que proibe esses trabalhadores de entrar pela porta da frente do órgão é considerada pelos funcionários como discriminatória
Uma nova regra no acesso ao Palácio do Itamaraty vem causando alvoroço e polêmica. Há dois meses os estagiários e funcionários terceirizados só podem entrar no prédio pela garagem.
O órgão afirma que essa é uma medida de segurança e visa proteger as pessoas que trabalham no local.
Entre os terceirizados, estão motoristas, faxineiros e recepcionistas. Os estagiários alegam estar sofrendo preconceito. Segundo o órgão, as três categorias e os estagiários que estão impedidos de usar a entrada principal somam mais de 1.700 pessoas.
Para ter acesso ao Itamaraty os funcionários e estudantes que trabalham no prédio têm um crachá de identificação e a leitura biométrica que pode ser colhida em qualquer entrada do Itamaraty. Um estagiário, que prefere não se identificar, afirma que a medida é desnecessária.
"Eu acho extremamente desnecessárias medidas que não mudam em nada a segurança do prédio. As catracas foram modernizadas, e para entrar no edifício é preciso ter as digitais registradas", afirma.
Os trabalhadores prejudicados com a medida afirmam que além da humilhação de ser barrados na porta principal, a entrada pela garagem fica longe do ponto de ônibus.
Igor Lobo é estudante de Gestão de Políticas Públicas na Universidade de Brasília e já é a segunda vez que faz estágio no local. "Impedir os estagiários e funcionários terceirizados de entrar pela porta da frente é uma forma clara de discriminação."
E acrescenta: "O nosso trabalho foi completamente desvalorizado. Não houve nenhum tipo de aviso. Eu cheguei aqui e fui barrado pelo segurança que afirmou que estagiários só entram pela garagem. Eu perguntei o porque da medida, e recebi como resposta que são ordens da Divisão de Serviços Gerais (DSG). Nós perdemos muito tempo tendo que dar a volta no prédio e ficamos longe da parada de ônibus. Quando entramos no Itamaraty, temos acesso a qualquer sala. Dizer que é questão de segurança não se justifica, a não ser por discriminação".
A redação do Portal Alô entrou em contato com o Itamaraty, mas a assessoria de imprensa do órgão afirmou que o responsável pela medida não podia atender, pois estava em reunião. Até o fechamento desta edição não houve retorno do órgão.

