PROPINA
Polícia Federal diz que esquema do mensalão do DEM vem desde a gestão de Joaquim Roriz
 
						
				De acordo com investigadores da PF, Pedro Passos teria enviado carta a Arruda, na qual relata o recebimento de propina na época do governo anterior. Autor do texto pede nova mesada e sugere até a quantia que gostaria de ganhar.
Uma carta apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-chefe de gabinete do governador José Roberto Arruda (sem partido) e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Distrito Federal, Domingos Lamoglia, levanta suspeitas de que o pagamento de propina era uma prática comum desde o governo de Joaquim Roriz.
A correspondência é atribuída ao ex-deputado distrital Pedro Passos, como revelou reportagem da revista Época. Em duas laudas, Passos dá notícias sobre sua situação financeira, descreve o esquema que mantinha durante a gestão de Roriz e pede mesada ao governador Arruda.
A carta é datilografada e estava assinada com as iniciais P.P., que, segundo os investigadores da Caixa de Pandora, identificam Pedro Passos.
Em 2007, ele renunciou ao mandato na Câmara Legislativa para evitar o processo de quebra de decoro parlamentar por ser acusado de atuar num esquema de pagamento de propina investigado na Operação Navalha da Polícia Federal.
Caso seja comprovada a veracidade da autoria no curso das apurações, não será a primeira vez que o ex-distrital usa do expediente da correspondência para cobrar apoio financeiro de aliados políticos no poder.
Durante a administração Roriz, Passos teria escrito um desabafo de 10 páginas exigindo mais consideração do ex-governador. Na ocasião, o ex-distrital, segundo uma fonte que teve acesso à carta, teria reclamado porque estaria sendo atrapalhado em seus negócios nos condomínios.
Passos chegou, de acordo com o relato de seu interlocutor, a dizer que o trânsito que tinha no governo de oposição de Cristovam Buarque era mais fácil que o espaço na administração do aliado Roriz.

