Brasileiros ocupam as ruas contra desmonte da Previdência

Brasília-DF, quinta-feira, 28 de março de 2024


Brasília, quinta-feira, 16 de março de 2017 - 23:44      |      Atualizado em: 27 de abril de 2017 - 19:14

REFORMAS

Brasileiros ocupam as ruas contra desmonte da Previdência


Por: Iberê Lopes - PCdoB na Câmara

Trabalhadores de todo o Brasil cruzaram os braços, nesta quarta-feira (15), contra a reforma do sistema previdenciário. Protestos reuniram mais de 1 milhão de pessoas e enfraqueceram a base aliada de Temer no Congresso Nacional.

Richard Silva / Ascom PCdoB na Câmara
Movimentos sociais marcham em resistência aos retrocessos de Temer

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, enviada pelo governo ilegítimo de Michel Temer, enfrenta resistência da sociedade por aumentar o tempo de contribuição para 49 anos para recebebimento integral do benefício, entre outras medidas que inviabilizam a aposentadoria dos brasileiros.

O Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência mobilizou milhares de sindicalistas, estudantes e professores logo pela manhã, em Brasília. Eles ocuparam o Ministério da Fazenda (MF) na madrugada desta quarta e realizaram uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios. Segundo os organizadores, 20 mil pessoas participaram do ato. Parlamentares da Bancada do PCdoB na Câmara estiveram ao lado dos manifestantes.

A líder do partido na Casa, Alice Portugal (BA), salientou o papel de luta dos comunistas no Congresso Nacional e nas ruas como representantes da classe trabalhadora. “Neste dia histórico, venho aqui na porta do Ministério da Fazenda apontar o dedo na cara deste Temer golpista. Ele quer tirar o direito dos mais pobres, das trabalhadoras rurais, professoras. Esta reforma é um ataque às nossas conquistas”, disparou.

O deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), suplente na comissão especial que analisa a Reforma da Previdência, avaliou que a proposta interrompe um sistema que é responsável pela distribuição de renda. “Este é um sacrifício insustentável que o governo quer impor aos trabalhadores, atingindo os mais humildes que necessitam da Previdência Social.” De acordo com o parlamentar, 79% dos recursos que movimenta a economia dos municípios é oriundo da aposentadoria. “Querem quebrar os municípios”, acrescentou Davidson.   

As manifestações aconteceram em diversas capitais do país e demonstraram o descontentamento da sociedade com as reformas da Previdência e Trabalhista. Em São Paulo, a assembleia dos funcionários dos Correios lotou a zona Norte da cidade. Houve forte mobilização da categoria, que também trava uma batalha com a empresa por melhorias nas condições de trabalho. 

Na avaliação da Federação Interestadual de Sindicatos de Correios (Findect), mais de 80% da categoria aderiu ao movimento nos 28 estados. Além dos Correios, os metroviários também permaneceram paralisados na capital paulista.  

Em Belo Horizonte, mais de 200 mil estudantes, professores e trabalhadores interromperam suas atividades em protesto. Foram mais de 30 escolas paralisadas. Os manifestantes ocuparam a Praça da Estação, no centro da capital mineira. A presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), Valéria Morato, disse que a unidade dos trabalhadores irá barrar a reforma. "Educadores e estudantes têm a compreensão do impacto desta proposta em suas vidas", afirmou.  

Se a reforma for aprovada, a aposentadoria especial deixará de existir. Com isso, professores que fazem parte desta categoria, passarão a seguir as regras gerais, impostas aos outros trabalhadores, ou seja, mínimo de 65 anos para homens e mulheres e 25 anos de contribuição, sendo que para recebimento integral do benefício serão necessários 49 anos de contribuição.

Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou que o dia 15 foi o começo da resistência aos retrocessos do governo Temer. "Muita gente que não está necessariamente mobilizada veio às ruas. Vários trabalhadores de diversas categorias estão paralisados em todo o Brasil. Começou a cair a ficha sobre o tamanho do ataque das reformas trabalhista e da Previdência. É o início de um novo momento”.

O presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, disse durante a paralisação dos Correios de São Paulo que a população seguirá em luta na defesa da aposentadoria e pela manutenção da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Hoje, a classe trabalhadora mostra sua força e energia para defender os direitos sociais e trabalhistas conquistados com muita luta no Brasil", avisou o dirigente.

A expectativa dos parlamentares do PCdoB é de que a reforma previdenciária fique menos injusta, diante dos apelos das ruas. O sinal de esvaziamento da base do Palácio do Planalto veio da Câmara, que cancelou as audiências nas comissões especiais da reforma da Previdência (PEC 278/16) e Trabalhista (PL 6787/16) pela manhã. 









Últimas notícias

Notícias relacionadas



REDES SOCIAIS
Facebook Instagram

Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal

SCS Quadra 1, Bloco K, Edifício Denasa, Sala 1304,
Brasília-DF, CEP 71398-900 Telefone (61) 3034-8685
recp.saepdf@gmail.com